Paul Howe | Maple Shade, NJ United States | 02/02/2000
(5 out of 5 stars)
"If I told you these interpretations sounded like a great concert pianist playing Debussy, would you please also remember that I think Monk would have loved every second? There's very little of the dance on this disc, but there is plenty of the rhythmic dialogue between sound and silence that Monk mined so richly. Hersch's touch creates breathtaking sounds, and his re-thinking of open spaces (never has Misterioso sounded so enigmatic) owes its debt to the master while touching new territory as well. This, along with Steve Lacy's, Bill Holman's, and Bud Powell's tributes, makes my list of essential Monk cover discs."
Can't stop listening
Crepe-suzette | Los Angeles, California | 11/25/2009
(5 out of 5 stars)
"I discovered this cd sitting on the shelf of an apartment that I was renting and I can't stop listening to it. I am a huge fan of Thelonious Monk and agree with the other reviewers that Hersch lacks the swing of Monk, but makes up for it by his own unique minimalism. I love the sparseness of his playing, distilling Monk into a haunting Zen experience. It's all I want to listen to right now."
Excellent tribute
Pablo Schlesinger | Bogota COLOMBIA | 02/03/2006
(5 out of 5 stars)
"I heard Fred hersch back in 1997 in New England Conservatory when I was music student at Berklee College, he is an incredible piano player at his best in the piano solo format, his harmonic thinking is beyond the scope, also the way he makes the music flows is incredible. If you like more introspective type of playing this CD is for you. Listen also his CD Live at Maybeck"
Recomendo
John Lester | Vila Velha, Espírito Santo Brazil | 10/10/2009
(5 out of 5 stars)
"Foi o amigo JoFlavio, conspícuo membro do dilucidante blog Charuto Jazz, quem veio com a estória de que Thelonious Monk não sabia tocar piano. São dele as seguintes linhas: "Acompanho a carreira do Monk desde o início da década de 60. Não só como pianista, mas principalmente como compositor. Monk chegou a ser considerado um "pianista menor", talvez pela técnica pobre, que até o impossibilitava de tocar em "up tempo" - se comparado, por exemplo, a um Oscar Peterson, Herbie Hancock, Chick Corea, etc. Era nítido o esforço dele em tocar. Sim, como consolo, foi criativo harmonicamente. O grande legado de Monk está nos temas que compôs, de certo modo revolucionários para a época. Como pianista, em minha opinião, não fez escola." Ora, ora. Não demorou um minuto, estava desencadeada uma das maiores polêmicas já suscitadas aqui no Jazzseen, alvoroço geral, acusações gratuitas, ataques de hackers, celeuma, cizânia e crise. Convocamos, às pressas, eu e Reinaldo Santos Neves, Reunião Extraordinária do Clube das Terças, onde o sócio André, especialista em Monk, fora convocado a falar. Um silêncio incômodo sentou-se à mesa do Clube, enquanto todos aguardavam aflitos a definitiva sentença. André disse: "A ênfase no bebop é a improvisação, sendo rara a presença marcante de compositores, caso de Thelonious Monk. Suas melodias nada ortodoxas, repletas de progressões complexas de acorde, costumavam intimidar até mesmo os mais ágeis instrumentistas e não resta dúvida de que seu estilo influenciou uma série de pianistas importantes do bebop e do post bop, entre eles Bud Powell, Mal Waldron, Andrew Hill, Dollar Brand, Randy Weston, Herbie Nichols, Cecil Taylor, Misja Mengelberg, Anthony Davis, Karl Berger, Chick Corea, Geri Allen, todos eles réus confessos, no sentido de que, além de reconhecerem a influência de Monk, refletem ou refletiram em alguma fase de suas carreiras nítida inspiração na abordagem pianística monkiana - o iniciante deverá começar suas pesquisas por Mal Waldron. Sem falar de tantos outros músicos que lhe dedicaram tributos entusiasmados (veja lista abaixo) e diversos grupos que nasceram sob a condição primária de lhe revisitar a obra.
As composições de Monk apresentam lógica própria, não-aristotélica, elaboradas com grande precisão estrutural e concisão, fato incomum nas demais composições do bebop. Mestre em acentuações inesperadas e desordenadas - veja, por exemplo, Rhythm-n-ing - causava sérias dificuldades a quem pretendesse executar suas obras, mesmo aos mais hábeis virtuoses do piano. Tal característica transparece sobremodo no final das frases, onde quase sempre a nota tocada era absolutamente inesperada pelo ouvinte que, paradoxalmente, ao continuar ouvindo a composição, terminava por suplicar que a frase terminasse com a tal "nota errada" - ouça, por exemplo, Off Minor. E tudo isso partindo de uma melodia singela, um tema simples, muitas vezes construído sobre um acorde do bom e velho blues de doze compassos, mas com um profundo efeito final. E, para quem conhece a trajetória de Monk como pianista, sabe de suas intervenções especulativas. Ele passeou pelo stride de um Fats Waller, pelo trumpet-piano de um Earl Hines, pelo piano soturno e percussivo de um Duke Ellington, pelo comping style de um Count Basie, onde discretos acordes davam suporte ao solista. Ao contrário de Bud Powell, que na evolução do comping style praticamente abandonou a mão esquerda, que na prática apenas acompanhava sua velocíssima mão direita, Monk seguiu um caminho distinto, que poderíamos chamar de "evocativo", porque os acordes de sua mão esquerda assumiam papel fundamentalmente percussivo e nunca eram longos em permanência: em várias passagens podemos observar que Monk simplesmente parava de tocar, deixando que baixo e bateria acudissem o saxofonista ou o trompetista em seus solos. Tanta originalidade fez com que, antes de ser reconhecido como o improvisador genial que foi, Monk fosse considerado um "pianista menor" e impossível de ser classificado: ele não tocava swing, ele não tocava bebop. Que diabos ele tocava?
Monk, com suas composições "desafinadas", era capaz de fazer um piano desafinado soar afinado. Cheias de contornos imprevisíveis aos ouvidos da classe média, suas composições apresentam escalas inteiras totalmente incompatíveis umas com as outras, com tonalidades inimigas. Combinadas com um estilo rítmico absolutamente inovador, estas características harmônicas causavam um imenso rebuliço nos ouvidos mais educados. E, por último, mas igualmente genial: a utilização do silêncio em Monk é tão importante quanto a utilização do som. Quando o observamos tocar, temos a clara certeza de que ele nunca sabe qual nota vai tocar. Vacilante, ele parece sofrer terrivelmente, a cada segundo, para se decidir em qual tecla levará seu dedo. E, não raro, quando se decide, bate, bate, bate, como se estivesse batendo em nossa porta. E entra.
1957 - Vários - Round Midnight - Milestone M9144
1958 - Steve Lacy - Reflections: Steve Lacy plays Thelonious Monk - New Jazz OJCCD-063-2
1960 - John Lewis Presents Jazz Abstractions - Atlantic 1365
1961 - Bud Powell - A Portrait of Thelonious - Columbia CK 65187
1961 - Johnny Griffin - Lookin' at Monk - Jazzland JLP 939S
1963 - Bill Evans: Conversations with Myself - Verve 521-409-2
1963 - Steve Lacy - School Days - Emanem 3316
1967 - Enrique Villegas Trio - Tributo a Monk - Trova TL12
1969 - Steve Lacy plays Monk - Affinity AFF 43
1978 - Heiner Stadler - A Tribute to Monk and Bird - Tomato TOM-2-9002
1981 - Chick Corea - Trio Music - ECM-2-1232
1981 - Interpretations of Monk - Volume 1 - KOCH Jazz - KOC CD-7838 - Disc 1 - Muhal Richard Abrams set - Disc 2 - Barry Harris set.
1981 - Interpretations of Monk - Volume 2 - KOCH Jazz - KOC CD-7839 - Disc 1 - Anthony Davis set - Disc 2 - Mal Waldron set.
1981 - Bennie Wallace Plays Monk - Enja ENJ-30912
1982 - Milt Jackson - Memories of Thelonious Sphere Monk - Pablo OJCCD 851-2
1982 - Sphere - Four in One - Elektra Musician 7599-60166-1 7599-60166-1 - Excelente tributo, gravado no dia em que Monk morreu, 17 de fevereiro de 1982
1982 - Tommy Flanagan - Thelonica - Enja CD 4052-14
1984 - Kronos Quartet - Monk Suite: Kronos Quartet plays music of Thelonious Monk - Landmark CD LLP-1505
1984 - Vários - That's The Way I Feel Now: A Tribute to Thelonious Monk - A & M SP-6600